[146] O Judaísmo da 1ª Comunidade Apostólica Pós-Morte de Jesus
A primeira comunidade apostólica a ter existido, antes mesmo de receber o nome de “cristã”, foi aquela dos apóstolos e seguidoras originais de Jesus, logo após a morte deste, quando esses discípulos e discípulas vieram a acreditar que Jesus ressuscitara. Essa foi a comunidade original — e em si mesma ainda era basicamente um ramo do judaísmo, ninguém suspeitaria que dela surgiria uma tendência completamente nova chamada de cristianismo.
Como era essa comunidade apostólica original logo de início?
Primeiro, todas as suas lideranças e figuras importantes haviam conhecido Jesus pessoalmente e estado em contato com ele durante sua atuação pública na Judéia e na Galiléia. Segundo, todos eram judeus que viviam na Judéia e na Galiléia. Terceiro, todos eram observantes da Torá, em TODOS os seus quesitos, inclusive festas judaicas, leis alimentares, etc. Quarto, todos falavam aramaico no cotidiano. Quinto, frequentavam o Templo, inclusive suas oferendas sacrificiais.
Aqui estarei me concentrando na comunidade em Jerusalém, mas é importante esclarecer que tal comunidade era conectada à da Galiléia, apesar de Jerusalém ser na Judéia. Durante a vida de Jesus, o núcleo do seguimento de Jesus ocorria na Galiléia. Mas, com sua morte, acabou se transferindo para Jerusalém (enquanto não saibamos com quanta rapidez isso se deu). Ainda havia comunidades na Galiléia, mas o núcleo do movimento passou a ser Jerusalém.
Quem compunha essa primeira comunidade apostólica eram personagens retratados nos Evangelhos: 1) os 12 apóstolos, com Judas Iscariotes sendo substituído por Matias; 2) as seguidoras mulheres de Jesus, como Maria Madalena; 3) familiares de Jesus, como sua mãe Maria e seu irmão Tiago (nota = o nome de Tiago na verdade é Jacó, em grego Iacobos); 4) vários outros seguidores e seguidoras que Jesus fez antes de sua morte, mas dos quais não sabemos os nomes. Basicamente, era a comunidade RAIZ em termos de seguidores de Jesus.
O livro de Atos dos Apóstolos e outras fontes (Josefo, pais da Igreja) informam que a chefia dessa comunidade apostólica original em Jerusalém ficou a cargo de Tiago o irmão de Jesus. Eusébio de Cesaréia lista inclusive os sucessores de Tiago, e frisa que todos eram “da circuncisão” (isto é, judeus observantes da Torá).
Como eu afirmei, esses seguidores de Jesus eram judeus e observantes da Torá em todos os aspectos, sem tirar nem pôr. Como o próprio Jesus havia afirmado que a Torá continuaria válida até o fim dos tempos:
“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido.” (Mateus 5:17,18)
Mas alguns podem ficar intrigados quanto a questão dos sacrifícios do Templo. Essa comunidade original não teria deixado de fazer tais coisas depois da morte de Jesus? O fato é que o próprio Novo Testamento informa que tanto Jesus quanto seu irmão Tiago (o sucessor na chefia do movimento após a morte de Jesus) incentivaram pessoas a participarem do sistema de oferendas sacrificiais do Templo. Veja a seguinte passagem em Atos dos Apóstolos:
“E no dia seguinte, Paulo entrou conosco em casa de Tiago, e todos os anciãos vieram ali.
E, havendo-os saudado, contou-lhes por miúdo o que por seu ministério Deus fizera entre os gentios.
E, ouvindo-o eles, glorificaram ao Senhor, e disseram-lhe: Bem vês, irmão, quantos milhares de judeus há que crêem, e todos são zeladores da lei.
E já acerca de ti foram informados de que ensinas todos os judeus que estão entre os gentios a apartarem-se de Moisés, dizendo que não devem circuncidar seus filhos, nem andar segundo o costume da lei.
Que faremos pois? em todo o caso é necessário que a multidão se ajunte; porque terão ouvido que já és vindo.
Faze, pois, isto que te dizemos: Temos quatro homens que fizeram voto.
Toma estes contigo, e santifica-te com eles, e faze por eles os gastos para que rapem a cabeça, e todos ficarão sabendo que nada há daquilo de que foram informados acerca de ti, mas que também tu mesmo andas guardando a lei.
Todavia, quanto aos que creem dos gentios, já nós havemos escrito, e achado por bem, que nada disto observem; mas que só se guardem do que se sacrifica aos ídolos, e do sangue, e do sufocado e da fornicação.
Então Paulo, tomando consigo aqueles homens, entrou no dia seguinte no templo, já santificado com eles, anunciando serem já cumpridos os dias da purificação; e ficou ali até se oferecer por cada um deles a oferta.” (Atos 21:18–26)
Aqui vemos que 4 seguidores de Jesus da comunidade apostólica original em Jerusalém haviam feito voto de nazirato, pelo qual a pessoa se consagrava de forma especial a Deus durante certo período, no qual não cortaria o cabelo e nem beberia vinho. Ao fim do período, o nazireu trazia uma oferenda ao Templo:
“E esta é a lei do nazireu: no dia em que se cumprirem os dias do seu nazireado, trá-lo-ão à porta da tenda da congregação;
E ele oferecerá a sua oferta ao Senhor, um cordeiro sem defeito de um ano em holocausto, e uma cordeira sem defeito de um ano para expiação do pecado, e um carneiro sem defeito por oferta pacífica;
E um cesto de pães ázimos, bolos de flor de farinha com azeite, amassados, e coscorões ázimos untados com azeite, como também a sua oferta de alimentos, e as suas libações.” (Números 6:13–15)
Portanto, aqui vemos 4 judeu-cristãos oferecendo oferendas animais em sacrifício, uma de olá (holocausto), uma de shelamin (oferta de paz) e uma de chatat (oferta de pecado). Essa última inclusive servia à expiação de pecados cometidos involuntariamente…
(Note que a tradição cristã registra que Tiago ele mesmo fosse um nazireu desde o nascimento e por toda a sua vida — como Sansão e Samuel — veja o relato de Hegesipo registrado por Eusébio de Cesaréia em sua História Eclesiástica)
Nos Evangelhos, vemos Jesus incentivando um “leproso” (afligido por tsaarat) a apresentar a oferenda de purificação no Templo:
“E Jesus, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê limpo. E logo ficou purificado da lepra.
Disse-lhe então Jesus: Olha, não o digas a alguém, mas vai, mostra-te ao sacerdote, e apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho.” (Mateus 8:3,4)
A oferta em questão prevista no livro de Levítico:
“Então o sacerdote ordenará que por aquele que se houver de purificar se tomem duas aves vivas e limpas, e pau de cedro, e carmesim, e hissopo.
Mandará também o sacerdote que se degole uma ave num vaso de barro sobre águas vivas,
E tomará a ave viva, e o pau de cedro, e o carmesim, e o hissopo, e os molhará, com a ave viva, no sangue da ave que foi degolada sobre as águas correntes.
E sobre aquele que há de purificar-se da lepra espargirá sete vezes; então o declarará por limpo, e soltará a ave viva sobre a face do campo.
[…]
E ao oitavo dia tomará dois cordeiros sem defeito, e uma cordeira sem defeito, de um ano, e três dízimas de flor de farinha para oferta de alimentos, amassada com azeite, e um logue de azeite;
E o sacerdote que faz a purificação apresentará o homem que houver de purificar-se, com aquelas coisas, perante o Senhor, à porta da tenda da congregação.” (Levítico 14:4–7, 10–11)
Essa participação judeu-cristã da comunidade apostólica original no Templo persistiu até que o Templo fosse destruído no ano 70. Ou seja, só acabou porque de fato acabou para todos os judeus a possibilidade de oferecer oferendas no santuário divino.
Quando digo que eles participavam do sistema de oferendas do Templo, não quero dizer que eles focassem muito nisso. Provavelmente o movimento não era focado em sacrifícios de animais, até porque eles tinham conflito com a elite sacerdotal e saducéia que conduzia o Templo naquele momento. Mas eles jamais abandonaram a prática de oferecer ofertas animais no Templo, ao contrário, ainda a tinham por muito significante, pelo que tudo indica.
E como bem aponta Eyal Regev em “The Temple in Early Christianity” (2019), mesmo se esses judeu-cristãos não tivessem o costume de oferecer especificamente oferendas para expiação de pecados involuntários (apesar da evidência textual em Atos que isso também era oferecido, já que toda purificação de nazirato envolvia tal oferta), ainda assim faz sentido os judeu-cristãos continuarem a oferecer oferendas animais no Templo. O motivo é bem lógico: nem todas as oferendas tem como foco a expiação de pecados. Então o oferecimento de Olá e de Shelamim por membros da comunidade apostólica original é praticamente fora de dúvida.
Tiago o irmão de Jesus morreu por volta do ano 62, antes que o Templo fosse destruído. Josefo (um judeu que tornou-se cidadão romano) narra como a morte de Tiago por meio de um julgamento pelos Saduceus fora vista com indignação pelos judeus de Jerusalém, inclusive e especialmente por aqueles judeus que eram mais observantes em seguir a Torá:
“E agora César, ouvindo da morte de Festus, enviou Albino para a Judéia, como procurador. Mas o rei privou José do sumo-sacerdócio, e atribuiu a sucessão dessa dignidade ao filho de Anás, que também se chamava Anás. Agora o velho Anás provou ser um homem abençoado; teve 5 filhos que tinham todos realizado o cargo de Sumo-Sacerdote para Deus, e tinha ele mesmo experimentado essa dignidade há muito tempo antes, o que nunca aconteceu a qualquer outro de nossos Sumo-Sacerdotes. Mas o jovem Anás, como falado anteriormente, era precipitado em seu temperamento e inusitadamente ousado. Seguia a Escola dos Saduceus, que são de fato mais rígidos em julgar transgressores que qualquer dos outros judeus. Sendo portanto este tipo de pessoa, Anás, pensando ter uma oportunidade favorável, pois que Festo tinha morrido e Albino estava a caminho, convocou o Sinédrio e colocou diante dele o irmão de Jesus, o assim chamado Cristo, de nome Tiago e alguns outros. Acusou-os de terem transgredido a lei e os entregou para serem apedrejados. Mas isso exasperou até os mais zelosos observadores da lei, que mandaram um encarregado ao Rei com o pedido de exigir por escrito de Anás que desistisse de qualquer outras ações, pois não havia sido correto em seu primeiro passo. Alguns deles foram ter com Albino, que estava a caminho proveniente de Alexandria, e informaram-no de que Anás não tinha autoridade para convocar o Sinédrio sem seu consentimento. Convencido por essas palavras, Albino rapidamente escreveu a Anás ameacando-vingar-se dele. O Rei Agripa, por causa da atitude de Anás, afastou-o do sumo sacerdócio que ele exercera por três meses e o substituiu por Jesus, o filho de Damasco.” (Antiguidades Judaicas 20.9.1 § 200–203)
Esse trecho de Josefo é considerado autêntico por praticamente todos os especialistas. E ele é particularmente interessante por mostrar que não somente Tiago viveu durante décadas em Jerusalém, como sua morte foi planejada por um Sumo-Sacerdote recém instalado por Roma (na época, Roma apontava os Sumo-Sacerdotes) que era saduceu (os quais favoreciam Roma) e tal execução foi oposta pelos fariseus (“os mais zelosos observadores da Lei”) que com isso conseguiram sua demoção.
Isso mostra que, tal como já dito sobre Jesus no post [144], a comunidade apostólica original em Jerusalém seguia uma linha mais farisaica no entendimento da Torá, estando mais próximos aos fariseus. Basicamente, a diferença entre esses “judeu-cristãos” e outros fariseus em termos de prática provavelmente eram apenas que os judeu-cristãos seguiam interpretações de Jurisprudência Judaica (Halacha) de seu mestre, o rabino Jesus, que agora havia sido sucedido por seu irmão, o rabino Tiago, sendo que Tiago era respeitado como um justo mesmo por judeus que não fossem seguidores de Jesus.
Essa proximidade entre a comunidade apostólica original e os fariseus é mostrada diversas vezes no livro de Atos dos Apóstolos. É bem claro ali que a principal força-motriz contra os cristãos dentro do povo judeu vinham dos saduceus, não dos fariseus. Por exemplo, no trecho abaixo:
“E, pondo Paulo os olhos no conselho, disse: Homens irmãos, até ao dia de hoje tenho andado diante de Deus com toda a boa consciência.
Mas o sumo sacerdote, Ananias, mandou aos que estavam junto dele que o ferissem na boca.
Então Paulo lhe disse: Deus te ferirá, parede branqueada; tu estás aqui assentado para julgar-me conforme a lei, e contra a lei me mandas ferir?
E os que ali estavam disseram: Injurias o sumo sacerdote de Deus?
E Paulo disse: Não sabia, irmãos, que era o sumo sacerdote; porque está escrito: Não dirás mal do príncipe do teu povo.
E Paulo, sabendo que uma parte era de saduceus e outra de fariseus, clamou no conselho: Homens irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseu; no tocante à esperança e ressurreição dos mortos sou julgado.
E, havendo dito isto, houve dissensão entre os fariseus e saduceus; e a multidão se dividiu.
Porque os saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito; mas os fariseus reconhecem uma e outra coisa.
E originou-se um grande clamor; e, levantando-se os escribas da parte dos fariseus, contendiam, dizendo: Nenhum mal achamos neste homem, e, se algum espírito ou anjo lhe falou, não lutemos contra Deus.” (Atos 23:1–9)
Isso é ecoado antes em Atos dos Apóstolos, pela indicação de que o Rabino Gamaliel teria sido simpático aos apóstolos (e esse rav é citado várias vezes no Talmude):
“Mas, levantando-se no conselho um certo fariseu, chamado Gamaliel, doutor da lei, venerado por todo o povo, mandou que por um pouco levassem para fora os apóstolos;
E disse-lhes: Homens israelitas, acautelai-vos a respeito do que haveis de fazer a estes homens,
Porque antes destes dias levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; a este se ajuntou o número de uns quatrocentos homens; o qual foi morto, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos e reduzidos a nada.
Depois deste levantou-se Judas, o galileu, nos dias do alistamento, e levou muito povo após si; mas também este pereceu, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos.
E agora digo-vos: Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará,
Mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la; para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus.” (Atos 5:34–39)
Já os saduceus (e os líderes dos sacerdotes) são SEMPRE retratados como hostis aos judeus-cristãos:
“E, estando eles falando ao povo, sobrevieram os sacerdotes, e o capitão do templo, e os saduceus,
Doendo-se muito de que ensinassem o povo, e anunciassem em Jesus a ressurreição dentre os mortos.
E lançaram mão deles, e os encerraram na prisão até ao dia seguinte, pois já era tarde.” (Atos 4:1–3)
“E, levantando-se o sumo sacerdote, e todos os que estavam com ele (e eram eles da seita dos saduceus), encheram-se de inveja, E lançaram mão dos apóstolos, e os puseram na prisão pública.” (Atos 5:17,18)
“E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote. E pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns deste Caminho, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém.” (Atos 9:1,2)
Outro ponto notável é que as acusações contra os cristãos no máximo envolvem ter falado contra o Templo (i. e. o locus favorecido dos saduceus) e a Lei de maneira geral, mas nunca de terem falado contra as tradições dos Pais (i. e. o diferencial dos fariseus).
Dessa forma vemos que, em Atos: 1) os fariseus NUNCA são mostrados como perseguindo os judeu-cristãos; 2) os saduceus quando citados SEMPRE são mostrados como perseguindo os judeus-cristãos; 3) os sumo-sacerdotes são mostrados como envolvidos em processos contra os judeu-cristãos e tomando uma posição desfavorável a estes; 4) Paulo quando ainda era Saulo perseguiu judeu-cristãos, sob a direção do Sumo-Sacerdote, então, mesmo que mais tarde ele venha a dizer que fosse fariseu em termos de formação, quando buscava prender os judeu-cristãos não o fazia na condição de fariseu, mas por sua conexão com os líderes do Templo.
E por que os saduceus teriam tanto interesse em limitar os judeu-cristãos? O que havia na comunidade apostólica original, totalmente judaica, que encontrasse tanta hostilidade entre os saduceus? Se você leu atentamente os trechos acima, perceberá que o motivo é razoavelmente simples. Os saduceus não aceitavam a ressurreição dos mortos. Então toda uma comunidade de crentes na ressurreição de seu Rabino, que ainda faziam questão de pregar isso para os outros, pareceria um desafio velado à sua autoridade e sabedoria. Afirmar que um homem ressuscitara naquele contexto tinha um significado político.
Isso também ajuda a entender porque não faria muito sentido para os fariseus se incomodarem com a pretensão dos seguidores de Jesus que este tivesse ressuscitado. Afinal, os fariseus aceitavam uma ressurreição futura dos mortos. Não seria em princípio impossível que Jesus houvesse ressuscitado, tal como não seria impossível se outros rabinos tivessem ressuscitado também. Então ter essa opinião de que uma pessoa específica tivesse ressuscitado não desafiaria a sabedoria farisaica. Os fariseus não concordavam que Jesus ressuscitou, por óbvio, e por isso não aderiam à comunidade apostólica. Mas não tinham motivos para serem particularmente hostis só por conta dessa diferença de opinião.
Portanto, esclarecidas todas essas coisas, finalmente ficará claro para o leitor o quanto a comunidade apostólica original, judeu-cristã de fala aramaica na Judéia e na Galiléia, era um ramo judaico, não tendo a pretensão de desenvolver uma religião distinta. Figuras como Maria Madalena e Tiago irmão de Jesus foram praticantes fiéis do judaísmo de tradição protorabínica.
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