[163] A Lição Adventista contra o Evangelismo Gospel

A Estrela da Redenção
13 min readNov 8, 2021

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Nos últimos textos tenho abordado de forma crítica o fenômeno religioso no meio cristão-protestante ao qual denominei de ‘evangelismo gospel’, pautada por um marketing religioso agressivo de denominações e ministérios pentecostais, neopentecostais e reavivalistas.

Mostrei como o evangelismo gospel diverge da Bíblia Hebraica, vulgarmente conhecida como “Velho” Testamento ([159]), bem como diverge do próprio Novo Testamento cristão ([160]), incluindo o ensino de Jesus como espelhado nos Evangelhos ([161]). No post anterior apresentei um possível antídoto a esse errôneo ‘marketing da fé’: a Disciplina Arcana do Evangelho, um conceito originário na Igreja dos primeiros séculos que o teólogo luterano neo-ortodoxo Dietrich Bonhoeffer em suas Cartas na Prisão pretendeu resgatar num esforço para reabilitar o papel da evangelho cristão na sociedade secularizada moderna ([162]).

Esse primeiro ‘antídoto’ que apresentei, como vimos, parte de uma teologia profundamente influenciada pela Bíblia Hebraica (conhecida no meio cristão pelo nome de “Velho” Testamento), uma vez que Bonhoeffer passou a fazer um esforço ainda muito incomum dentro do cristianismo: o de ler a Bíblia Cristã na ordem, de tal maneira que o Novo Testamento seja lido à luz da Bíblia Hebraica, e não o contrário.

O mais comum dentro das diversas tendências cristãs é o contrário, ler a Bíblia Hebraica (um texto essencialmente judaico) à luz do Novo Testamento. Inclusive o próprio Evangelismo Gospel também lê a Bíblia Hebraica à luz do Novo Testamento. Enquanto por vezes o faça de uma maneira idiossincrática que pode ‘aparentar’ ser mais contínua à judaica/hebraica, não se iluda: isso é superficial apenas e abordarei em um próximo texto.

O problema disso é nítido: os próprios escritores do Novo Testamento tinham a Bíblia Hebraica como as suas Escrituras, pois enquanto eles estavam escrevendo o Novo Testamento sequer sabiam que seus escritos iriam ser pensados como ‘sucessores’ ou ‘substitutos’ para a Bíblia Hebraica. Quando se coloca o Novo Testamento à frente da Bíblia Hebraica dentro da interpretação da Bíblia Cristã, o resultado frequentemente distorcerá o entendimento da Bíblia Hebraica, porque vai pressupor ideias que a Bíblia Hebraica não pressupunha. Além disso, distorce o entendimento do próprio Novo Testamento, pois lerá a este sem ter entendido primeiro o seu claro pressuposto: a Bíblia Hebraica. O saldo é não entender direito nem a Bíblia Hebraica (“Velho” Testamento) nem o Novo Testamento!

Agora, existe um movimento cristão que é uma exceção muito interessante a esse estado de coisas: o Adventismo, principalmente representado pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. Dentro do contexto eclesiástico contemporâneo, a Igreja Adventista do Sétimo Dia é a maior Denominação Cristã que SISTEMATICAMENTE lê, entende e pratica o Novo Testamento à luz da Bíblia Hebraica (que, como defendi acima, seria o mais correto).

Logo da Igreja Adventista do Sétimo Dia

Essa interpretação sistemática do Novo Testamento à luz da Bíblia Hebraica repercute mais famosamente no fato dos adventistas guardarem o Sábado como dia de descanso tal como os judeus, ao contrário do Domingo observado pela esmagadora maioria dos outros cristãos. Essa observância sabática utiliza a mesma maneira judaica de distinguir os dias, ocorrendo do pôr do sol de sexta até o pôr do sol de sábado (ou seja, o Shabat judaico). Além disso, é também muito conhecido o fato de que os adventistas observam as regras dietéticas presentes na Torá, abstendo-se de comer alimentos impuros conforme as leis do livro de Levítico (como a carne de porco).

Mas também existem repercussões em outras áreas menos conhecidas, por exemplo, o fato dos adventistas darem uma importância central ao estudo do Santuário descrito no livro de Levítico, e ao significado distinto do ritual sacerdotal de Yom Kipur (Dia da Expiação) em relação aos demais rituais sacerdotais feitos em todos os outros dias do ano, quando o Santuário/Templo ainda existia.

Um exemplo muito ilustrativo e acessível de como essa leitura ‘na ordem’ torna o entendimento do cânon cristão muito mais consistente está na clássica coleção As Mais Belas Histórias da Bíblia, de Arthur Maxwell. Ali se vê como o cristianismo poderia ter sido: muito mais contínuo ao judaísmo do qual se separou, ao invés de ser-lhe hostil como infelizmente ocorreu historicamente.

Aqui meu objetivo não será esmiuçar todos esses impactos que, a meu ver, são muito interessantes para moldar essa vertente específica de cristianismo, tornando-a atualmente a denominação cristã mais alinhada à Bíblia Hebraica e mais contínua ao espírito judaico (na medida em que ainda se preserva como uma instituição cristã, obviamente).

O que desenvolverei aqui é como esse maior peso da Bíblia Hebraica dentro do Adventismo serve como um antídoto às tendências errôneas do Evangelismo Gospel (errôneas tanto da perspectiva da própria Bíblia Hebraica como do Novo Testamento).

Como falei com mais detalhes no post [159], defini o Evangelismo Gospel como uma tendência cristã-protestante de caráter ‘evangelical’ ou ‘evangélico’, associada a denominações e ministérios de caráter pentecostal, neo-pentecostal e reavivalista, cuja ênfase está no ‘marketing da fé’: o objetivo maior de cada igreja/ministério é a maximização do seu número de adeptos, gerando um ‘meio gospel’ orientado prioritariamente à ‘evangelização’.

Além disso, o Evangelismo Gospel se caracteriza pela ideia de que as pessoas precisam antes de tudo “aceitar Jesus como seu Senhor e Salvador” numa experiência de conversão bem definida, geralmente impulsionada por uma pregação de tipo sentimentalista. Uma prática famosa que ajuda a ilustrar isso é que os pastores dessas igrejas, ao final de suas pregações, perguntam se há alguém no público que queira vir à frente do púlpito e ‘aceitar Jesus’.

Lembrando: ressalvei naquele texto que há membros dessas denominações que são críticos desse estado de coisas, mas essa tendência predomina no meio evangélico atual. É essa a razão porque optei por chamar tal tendência de ‘gospel’, para evitar fazer uma universalização em relação a todos os evangélicos (e obviamente não fazê-la em relação a todos os demais protestantes).

Os adventistas são protestantes, e podem ser denominados como ‘evangélicos’ na medida em que se use tal palavra como sinônima para ‘protestante’ (ao invés do sentido mais específico que eu tinha em mente ali em cima). O Adventismo é uma tendência teológica e eclesial totalmente distinta do pentecostalismo, do neo-pentecostalismo e do reavivalismo. Por conta disso, é natural e esperado que o Adventismo e o Evangelismo Gospel sejam estranhos um ao outro como água e óleo.

Por exemplo, os adventistas não participam do meio gospel. Isso faz com que uma boa parte do meio gospel os considerem como ‘sectários’ (o meio gospel tem essa tendência fortíssima de definir o cristianismo COMO SE FOSSE o próprio meio gospel, o que é bem irônico à luz de tudo que já expus nessa sequência de textos). Mas entendo que a atitude adventista nisso é PERFEITAMENTE COERENTE.

O meio gospel é caracterizado por uma ‘diluição’ do conteúdo da fé cristã. Apesar das várias divergências doutrinárias e práticas que encontramos dentro do Evangelismo Gospel, seu denominador comum é a ideia de que todo mundo precisa aceitar Jesus como seu Salvador, e que, quanto mais gente faça isso, melhor.

Já a ênfase adventista é o oposto disso, partindo de uma DENSIFICAÇÃO do conteúdo da fé cristã. Enquanto os adventistas também acreditem na ‘justificação pela fé’ (uma doutrina protestante clássica), eles enfatizam a adoção de práticas específicas, justamente as da Lei de Deus que estão na Torá, que foram abandonadas pelo grosso do cristianismo. Por exemplo, o repouso sabático no 7º dia da semana e as leis dietéticas. E isso vai além: as leis dietéticas de Levítico são interpretadas dentro do Adventismo como um chamado à uma vida mais saudável.

Essa interpretação a respeito da Reforma da Saúde dentro do Adventismo advém de um conceito da Bíblia Hebraica que o Adventismo resgatou: o monismo antropológico, vendo o ser humano de forma unitária (veja posts [27]-[28]-[29]; uma boa sugestão para entender esse ponto é o livro “Antropologia do Antigo Testamento”, de Hans Walter Wolff). Isso se contrapõe ao dualismo cristão mais típico entre o corpo e a alma/espírito.

Para os adventistas, tal como para a Bíblia Hebraica, o ser humano é um corpo animado, não uma alma encarnada. Por isso, entendem que o impacto da mensagem bíblica precisa ser ‘para esse mundo’, ‘corporal’, o que, como já expliquei nos posts [144]-[145]-[146]-[147]-[148]-[162], corresponde à maneira judaica de entender a redenção, que ainda era compartilhada pela comunidade apostólica original, especialmente a judeu-cristã de fala aramaica (por conta disso, ainda podemos observá-la em boa parte do Novo Testamento, de forma especialmente clara em livros muito caros ao argumento adventista, como o livro do Apocalipse e a epístola de Tiago).

Então, um dos principais motores da presença adventista se desenrola em torno de investimentos em Educação e Saúde, com Hospitais, Escolas, Fábricas de Produtos Alimentícios (de maneira a respeitarem as leis dietéticas; similar à indústria kosher judaica) e Universidades.

Tal presença social na Educação e Saúde é desenvolvida de forma alinhada ao conhecimento científico e práticas seculares, com uma infeliz exceção: o endosso do criacionismo científico (enquanto nos Estados Unidos já haja setores adventistas abraçando a teoria evolucionista). Contudo, essa exceção não nos deve fazer perder de vista que de maneira geral o impacto social adventista se desenvolve conforme padrões seculares (isto é, não dependentes de fé ou crenças específicas), que é justamente como a Bíblia Hebraica promove a prática da justiça social como o centro da Lei Divina.

Para dar um exemplo recente, a Igreja Adventista do Sétimo Dia apoiou as medidas preventivas e a vacinação para a Covid-19, bem como as redes hospitalares adventistas seguiram por si mesmas os protocolos de segurança devidos. Isso contrasta fortemente com a reação do evangelismo gospel, que foi marcado por expressivo (mas não universal) negacionismo em relação à pandemia e mesmo à vacinação.

Outro exemplo onde os conhecimentos seculares informam o impacto social adventista diz respeito à própria questão do aborto com suas repercussões médicas e psicológicas, onde a postura adventista é muito mais flexível que aquela comumente vista no cristianismo em geral e no evangelismo gospel em particular. E justamente por ser mais flexível, é mais alinhada com a postura da própria Bíblia Hebraica a esse respeito. Revise o post [42] se quiser entender melhor esse ponto.

Agora vamos entender melhor o que estou querendo dizer ao enfatizar esse alinhamento ao ‘secular’. Não estou querendo dizer, com isso, que as redes hospitalares ou educacionais adventistas não sejam ‘confessionais’. Existe uma motivação baseada na fé nelas, e isso repercute, por exemplo, no seu calendário, onde se favorece o sábado como dia de descanso (lembre-se que a esmagadora maioria das instituições seculares e confessionais favorecem a observância dominical, porque a lei brasileira prevê o domingo como o dia preferencial para o descanso semanal remunerado dos trabalhadores).

O que quero dizer com esse alinhamento ‘secular’ é que, na medida em que o Adventismo fomenta uma série de instituições com impacto social significativo para a Educação e a Saúde, isso é feito de uma forma alinhada aos parâmetros gerais (não-religiosos) utilizados dentro dessas áreas (com a exceção já dita da controvérsia a respeito do criacionismo científico, que não irei abordar aqui).

Qualquer pessoa, de qualquer crença ou mesmo sem nenhuma crença religiosa, pode atestar imparcialmente os benefícios do Adventismo em termos de estilo de vida e em termos de instituições com impacto social na educação e na saúde. Não precisa virar adventista e nem mesmo cristão para isso.

Talvez um exemplo contrastando com o Evangelismo Gospel ajude a entender isso melhor. A grande maioria das denominações e ministérios pentecostais, neopentecostais e reavivalistas aparentemente se preocupam também com a saúde da população. Mas de uma maneira fortemente não-científica: os supostos milagres de cura promovidos pelos pastores do meio gospel.

Achar que tais curas ocorrem é puramente uma questão de crença pessoal. Você precisa crer ou estar já de antemão inclinado a crer nessas curas milagrosas para aceitá-las.

O Adventismo prega o exato oposto: siga um estilo de vida mais saudável e vá ao Hospital (podendo ser um Hospital Adventista se disponível), e sua saúde será excelente. Nada de promessas mirabolantes ou curas duvidosas. É algo que qualquer um pode atestar, independente de crença ou descrença. Nesse contexto inclusive existem estudos científicos sobre a maior longevidade dos adventistas. (E obviamente nada do que foi dito acima exclui que se reze pelas pessoas doentes!)

Outro exemplo de contraste: um ponto marcante onde o Evangelismo Gospel ‘dá às caras’ em discussões de saúde pública diz respeito à Terapia de Conversão de Orientação Sexual, basicamente tentando mudar uma pessoa homossexual para que ela supostamente se torne heterossexual. Altos esforços do meio gospel se dirigem inclusive para legislação favorável à essa prática (um assunto ao qual voltarei no próximo post). Já a Igreja Adventista do Sétimo Dia, mesmo adotando oficialmente a posição conservadora de que a prática homossexual seria pecado (posição esta desafiada por alguns adventistas nos EUA, diga-se de passagem), rejeita total e inequivocamente a terapia de conversão sexual, por reconhecer a literatura científica demonstrando quão nociva e danosa é essa prática psicológica/psiquiátrica voltada à tentativa de modificação da orientação sexual.

(Se quiser entender mais sobre a real questão da homossexualidade na Bíblia, sob lentes judaicas e acadêmicas, analisando tanto a Bíblia Hebraica e o judaísmo como o Novo Testamento e o cristianismo, veja minha série sobre homossexualidade aqui do blog, cuja lista de textos está no post [-1]; você certamente irá se surpreender!)

Agora, como tudo isso se conecta à questão mais geral a respeito do Evangelismo Gospel contra o qual venho alertando os leitores deste blog?

Como já afirmado, um dos grandes problemas do Evangelismo Gospel vem de seu ‘marketing da fé’, de sua preocupação quantitativa com a maximização do número de seus adeptos como um fim em si mesmo. E isso é reforçado pelo fato de que tudo no meio gospel gira em torno da ‘fé’, de crenças específicas que você precisa ter para ‘comprar’ esse marketing, por exemplo, a crença de que cotidianamente são feitas curas milagrosas em várias igrejas. Mas como já vimos nos textos anteriores, a questão central da Bíblia Hebraica (e mesmo de boa parte do Novo Testamento, aqui incluso o ensino de Jesus) NÃO era centrada em crenças religiosas específicas para ‘salvar a alma’, mas sim na prática da justiça, algo profundamente sociopolítico, com efeitos tangíveis e concretos que podem ser observados imparcialmente.

O Adventismo, justamente por se basear mais na Bíblia Hebraica (e lendo o Novo Testamento à luz dela), fornece um antídoto a essa tendência. O ‘marketing’ do adventismo não precisa estar apenas na evangelização formal (algo que o adventismo também faz como todos os outros grupos cristãos fazem), mas sim justamente nesses investimentos em Saúde e Educação, bem como nos benefícios do estilo de vida saudável proposto pela igreja.

Ou seja, ao invés de ficar alucinadamente tentando convencer em todo tempo e todo lugar que as pessoas ‘aceitem Jesus’ (como ocorre no Evangelismo Gospel), é possível simplesmente trazer benefícios concretos à sociedade (pelos investimentos em saúde e educação) e à vida individual dos adeptos (pela prática de um estilo de vida específico mais saudável), e deixar que quem se sinta atraído por isso se junte à igreja caso queira, comprando assim o pacote completo (p. ex. a observância sabática) dentro de uma comunidade organizada. Essa é a lição adventista contra o evangelismo gospel.

E não é isso bíblico? Afinal, onde está a Missão Evangelística no Antigo Israel como narrado na Bíblia Hebraica? Ali é bem claro que o objetivo era que Israel se tornasse um exemplo para os povos, de como aquele modo de vida funcionava concretamente para erigir uma sociedade mais justa. E mesmo no Novo Testamento, onde temos relatos de Missão Evangelística, essa era mais focada nas próprias comunidades judaicas ao redor do império romano e aos gentios já associados a tais comunidades judaicas (como explicado no post [161]), ou seja, os gentios que já haviam sido atraídos justamente pelo EXEMPLO dos judeus, pelos benefícios concretos e tangíveis do estilo de vida judaico mantido em suas comunidades diaspóricas.

A respeito de como a Bíblia Hebraica pensa o testemunho que os judeus foram chamados a dar de sua aliança com Deus perante pessoas de outros povos e credos, temos uma ilustração notável disso no livro de Daniel, um livro particularmente caro aos adventistas e que não por coincidência representa bem como os próprios adventistas fazem do exemplo uma forma de chamar atenção para os benefícios da Lei Divina presente na Torá judaica:

“No ano terceiro do reinado de Jeoiaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei de babilônia, a Jerusalém, e a sitiou.
E o Senhor entregou nas suas mãos a Jeoiaquim, rei de Judá, e uma parte dos utensílios da casa de Deus, e ele os levou para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e pôs os utensílios na casa do tesouro do seu deus.
E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da linhagem real e dos príncipes,
Jovens em quem não houvesse defeito algum, de boa aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e doutos em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para assistirem no palácio do rei, e que lhes ensinassem as letras e a língua dos caldeus.
E o rei lhes determinou a porção diária, das iguarias do rei, e do vinho que ele bebia, e que assim fossem mantidos por três anos, para que no fim destes pudessem estar diante do rei.
E entre eles se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias;
E o chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel pôs o de Beltessazar, e a Hananias o de Sadraque, e a Misael o de Mesaque, e a Azarias o de Abednego.
E Daniel propôs no seu coração não se contaminar com a porção das iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não se contaminar.
Ora, Deus fez com que Daniel achasse graça e misericórdia diante do chefe dos eunucos.
E disse o chefe dos eunucos a Daniel: Tenho medo do meu senhor, o rei, que determinou a vossa comida e a vossa bebida; pois por que veria ele os vossos rostos mais tristes do que os dos outros jovens da vossa idade? Assim porias em perigo a minha cabeça para com o rei.
Então disse Daniel ao despenseiro a quem o chefe dos eunucos havia constituído sobre Daniel, Hananias, Misael e Azarias:
Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias, e que se nos dêem legumes a comer, e água a beber.
Então se examine diante de ti a nossa aparência, e a aparência dos jovens que comem a porção das iguarias do rei; e, conforme vires, procederás para com os teus servos.
E ele consentiu isto, e os experimentou dez dias.
E, ao fim dos dez dias, apareceram os seus semblantes melhores, e eles estavam mais gordos de carne do que todos os jovens que comiam das iguarias do rei.
Assim o despenseiro tirou-lhes a porção das iguarias, e o vinho de que deviam beber, e lhes dava legumes.
Quanto a estes quatro jovens, Deus lhes deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras, e sabedoria; mas a Daniel deu entendimento em toda a visão e sonhos.

E ao fim dos dias, em que o rei tinha falado que os trouxessem, o chefe dos eunucos os trouxe diante de Nabucodonosor.
E o rei falou com eles; entre todos eles não foram achados outros tais como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; portanto ficaram assistindo diante do rei.
E em toda a matéria de sabedoria e de discernimento, sobre o que o rei lhes perguntou, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos astrólogos que havia em todo o seu reino
.” (Daniel 1:1–20)

Aqui vemos de uma só vez como a educação e a saúde podem ser o melhor testemunho em prol de um modo de vida mais bíblico, sem precisar forçar ou pressionar ninguém a segui-lo.

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Written by A Estrela da Redenção

Releitura existencial da Bíblia Hebraica via existencialismo judaico + tradição judaica e pesquisa bíblica acadêmica. Doutor em Filosofia Valdenor Brito Jr.